O Que Sobrou do Céu
O Que Sobrou do Céu
(O Rappa)
Em certa manhã, Lauro acordou e percebeu que seu pênis havia sumido. Procurou entre os lençóis, embaixo da cama, e depois no banheiro, na cozinha, pela casa toda, sem obter sucesso. Como já estava atrasado para ir ao trabalho, se arrumou e saiu.
Durante o dia, no escritório, pouco sentiu falta de seu membro. Atolado de trabalho, muita papelada para resolver, acabou não pensando muito no assunto.
À noite, estava cansado, e pretendia dormir o mais cedo possível. Todavia, levou um susto quando abriu a porta de casa e ouviu uma gritaria vindo de seu quarto. Eram vozes de mulheres, em gritos e gemidos de prazer.
Ao adentrar no recinto, Lauro viu seu pênis com duas mulheres na cama. Uma loira e outra morena, em posições nas quais Lauro nunca conseguiu sequer imaginar. Ele entrou e se retirou sem ser notado, tomou seu banho, jantou, e dormiu no sofá da sala.
No dia seguinte, Lauro voltou à sua rotina. Mais uma vez, quando retornou, encontrou seu pênis na cama, dessa vez com uma ruiva, que fazia sexo anal de uma forma tão compenetrada e selvagem que Lauro não teve coragem de ver por mais de dois segundos. Ele apenas jantou e se jogou no sofá para dormir.
No terceiro dia, a mesma coisa se repetiu. Mas desta vez seu pênis fazia posições do Kama Sutra com uma mulher de pele branca, cabelos negros e olhos verdes. Lauro nem deu bola, comeu e dormiu como sempre.
O quarto dia seguiu o mesmo roteiro, sendo que desta vez o visitante em sua casa era um negro alto e forte, que aparentemente não tinha pudor sexual algum.
Até que, no quinto dia, algo diferente aconteceu. Lauro acordou sentindo uma presença incômoda em seu ânus, e quando deu por si, estava sendo penetrado por seu pênis.
- Agora já é demais, você passou de todos os limites!
Revoltado, foi até a cozinha, sem que o pênis desgrudasse de seu orifício. Pegou um facão de churrasco com a mão direita, e com a esquerda segurou o membro, que ainda estava rijo. Quando estava prestes a cortá-lo em fatias, Lauro reconheceu a sensação de tê-lo em suas mãos. Era bom, como poderia ter se esquecido disso? Começou então a se masturbar ali mesmo na cozinha, até chegar a um longo e intenso orgasmo.
- Como pude pensar em te matar? – pensou arrependido enquanto se limpava. – Mas por que você me abandonou?
Foi então que o pênis olhou para ele e respondeu:
- Já estava cansado de só ficar na punheta!
Imagem: Milo Manara.
Obs: Conto publicado originalmente no Overmundo.
6 Comments:
HAUHAUA, muito bom texto. Vou tratar melhor o meu pinto.
Valeu a visita e o duplo comentário :-)
quem me dirá o que jorra dessa taça:
http://bp3.blogger.com/_iT-lqCYzeGY/R9g0s6hWdTI/AAAAAAAAAaA/Bunm5UxwaXA/s1600-h/aro-SourceoftheOrinocoRiver2.jpg
O desejo? Ás vezes confundimos céu com amor, se é que uma coisa não equivale à outra.
Acho que o amor pode ser o céu ou o inferno... Pra mim sempre foi o céu :-)
Lupo, não deu pra deixar de reparar, especialmente quando fui colar o endereço lá no Leituras Web :)
Parabéns pelo texto!
[ ]'s
Quem sabe isso não atrai mais visitantes? :-)
Valeu pelo comentário, um abraço!
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